quinta-feira, 14 de julho de 2011

São Jorge, Alto Paraíso, Goiás - Julho 2011

Finalmente, após muitos adiamentos, fizemos a visita à chapada dos veadeiros. O tempo foi curto, pois não tivemos o auxílio de feriadões ou recesso no trabalho. Um fim de semana, apenas. Não foi o suficiente para matar toda a nossa curiosidade, mas, por hora, saciou os nossos olhos e espíritos.

Eu e Milena ficamos instalados numa pousada na localidade de São Jorge, vila minúscula, ainda não alcançada pelo asfalto, que existe totalmente em função do turismo. (Turismo para pessoas desinteressadas por grandes luxos ou facilidades de infra-estrutura, é bom que se diga). A casa da foto, toda coberta de figuras pintadas, fica na mesma rua de nossa pousada, bem na entrada da vila. Impossível não reparar. De qualquer modo não é a vila que atrai os turistas. O programa da chapada é um só. Caminhar e olhar a natureza.


Os riachinhos correm para os riachões, que correm entre as pedras até as grandes e barulhentas cachoeiras. Fiquei pensando: que atração hipnótica nos gera a abundância de água fresca, despencando sem parar. É como olhar o fogo, ou as ondas do mar, ou a maldita televisão. O globo ocular simplesmente se magnetiza. A diferença é que mar e fogo podem ser olhados de graça, enquanto que cachoeiras, ao menos aqui no planalto brasileiro, é coisa que se paga para ver.


Mesmo o parque, público e democrático como deve ser, cobra caros ingressos. Para mim, como florianopolitano que nunca pagou para olhar uma praia, ou percorrer uma trilha, me parece estranho a idéia de se pagar para poder contemplar a natureza, mas, pensando bem, se esse sistema de ingressos ajudar a preservar essas riquezas naturais, então pago sem lamentos. Além do mais há forte presença dos bombeiros no parque, o que garante a segurança, e boa parte do preço do passeio é o pagamento do guia, sempre um nativo da região.

Não muito tempo atrás este vale foi uma área de mineração de pedras preciosas. Os sinais de destruição causados pelo garimpo ainda pode ser visto no caminho. Tenho a impressão que a renda dos ingressos, e o fluxo de turistas do mundo inteiro, ajudam a manter a cobiça dos mineradores apaziguados.

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